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Câncer Hereditário: Quando a genética importa na prevenção e no cuidado contra o câncer


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Você sabia que até 10% dos casos de câncer têm origem hereditária? Isso significa que, em uma parte significativa dos diagnósticos, o fator de risco mais importante não está no ambiente — mas sim no DNA.


O câncer hereditário ocorre quando uma pessoa herda mutações genéticas que aumentam consideravelmente o risco de desenvolver determinados tipos de câncer ao longo da vida. Essas mutações estão presentes desde o nascimento e afetam todas as células do corpo.



Câncer hereditário X câncer esporádico


É comum associar o câncer a fatores ambientais como tabagismo, dieta ou exposição a substâncias tóxicas. Esses casos, chamados de câncer esporádico, resultam de alterações adquiridas ao longo da vida.


Já no câncer hereditário, as alterações genéticas estão presentes desde o nascimento e são herdadas de um dos pais. Isso ocorre por meio de mutações nas células germinativas, que podem ser transmitidas para os filhos com 50% de chance, em padrões autossômicos dominantes, no entanto há casos com herança autossômico recessiva.



Exemplos de síndromes de predisposição genética ao câncer


Alguns dos principais genes e síndromes hereditárias incluem:


  • BRCA1 e BRCA2: aumentam o risco de câncer de mama, ovário, próstata e pâncreas

  • Síndrome de Lynch: associada a câncer colorretal, endométrio, estômago e outros

  • Síndrome de Li-Fraumeni: aumenta o risco de diversos tipos de câncer que podem surgir ao longo da vida, desde a infância e juventude até idades mais avançadas.

  • APC (Polipose Adenomatosa Familiar): relacionada a centenas de pólipos intestinais e alto risco de câncer de cólon



O papel da oncogenética


A oncogenética é a área da medicina que estuda a predisposição genética ao câncer. O acompanhamento com um médico geneticista permite:


  • Avaliar o risco familiar e individual

  • Solicitar testes genéticos apropriados

  • Interpretar os resultados com precisão

  • Indicar medidas de prevenção, rastreamento e, se necessário, cirurgias redutoras de risco



Angelina Jolie e a cirurgia profilática


A atriz Angelina Jolie tornou público seu caso após descobrir uma mutação no gene BRCA1. Ela optou por uma mastectomia preventiva bilateral, reduzindo drasticamente seu risco de câncer de mama. Essa decisão, embora extrema, é uma das opções discutidas em aconselhamento genético.



Prevenção vai além da genética


Mesmo quem tem predisposição genética pode reduzir seus riscos com hábitos saudáveis:


  • Alimentação equilibrada

  • Atividade física regular

  • Evitar tabaco e álcool

  • Realizar exames periódicos

  • Seguir o plano de vigilância com equipe especializada




Quando procurar um geneticista?


Considere avaliação genética se houver:

  • Câncer em pessoas jovens (<50 anos)

  • Múltiplos casos do mesmo tipo de câncer na família

  • Mais de um tipo de câncer na mesma pessoa

  • História familiar de síndromes genéticas conhecidas

  • Parentes com mutações patogênicas identificadas


O diagnóstico genético de uma síndrome de predisposição ao câncer permite planejar o cuidado de forma mais eficaz e personalizada. E lembrar: ter uma mutação não é uma sentença, mas sim uma oportunidade de agir preventivamente.


Se você tem histórico familiar sugestivo ou deseja entender melhor seu risco, procure um médico geneticista e faça uma avaliação oncogenética. A informação certa pode salvar vidas.


Dr. Guilherme Lugo

Médico Geneticista

CRM 256188 | RQE 125553

Contato: (21) 98442-0634

Local: SP / MS / Telemedicina




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