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Síndromes Genéticas e Malformações Congênitas: o que você precisa saber

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As malformações congênitas são alterações estruturais presentes desde o nascimento que podem afetar órgãos, membros ou sistemas do corpo. Elas podem ocorrer isoladamente ou fazer parte de síndromes genéticas, que são condições causadas por alterações no material genético e frequentemente envolvem múltiplos sinais e sintomas.


Estima-se que cerca de 3% dos recém-nascidos apresentem algum tipo de malformação congênita. Desses, uma parcela significativa pode ter uma causa genética subjacente.




O que são síndromes genéticas?


Uma síndrome genética ocorre quando uma alteração nos cromossomos ou genes afeta o desenvolvimento físico, cognitivo ou comportamental da pessoa. Essas alterações podem ser:


  • Numéricas, como na síndrome de Down (trissomia do 21)

  • Estruturais, como deleções e duplicações cromossômicas (ex: síndrome de Cri-du-chat)

  • Monogênicas, quando causadas por mutações em um único gene (ex: síndrome de Noonan, síndrome de Marfan)



Malformações congênitas: o que observar?


As malformações podem afetar diferentes regiões do corpo e variam de leves a graves. Alguns exemplos incluem:


  • Cardiopatias congênitas (defeitos no coração)

  • Fendas orofaciais (lábio leporino e/ou palato fendido)

  • Malformações do sistema nervoso central

  • Anomalias renais ou genitais

  • Anomalias dos membros (polidactilia, sindactilia)


Quando essas alterações ocorrem em conjunto com atrasos no desenvolvimento, dismorfismos (alterações na face ou crânio), ou histórico familiar sugestivo, há maior suspeita de uma síndrome genética associada.



Como o geneticista pode ajudar?


O médico geneticista atua na investigação da causa das malformações e síndromes genéticas, por meio de:


  1. Avaliação clínica detalhada

    • Anamnese completa (gestacional, neonatal, familiar)

    • Exame físico com busca de dismorfias e padrões sindrômicos


  2. Solicitação de exames genéticos

    • Cariótipo (alterações cromossômicas maiores)

    • Microarray (CMA) (para detectar perdas/ganhos submicroscópicos de DNA)

    • Sequenciamento de nova geração (NGS), incluindo:

      • Painéis sindrômicos

      • Exoma completo

      • Testes específicos para síndromes clínicas


  3. Aconselhamento genético

    • Orientações sobre o diagnóstico, prognóstico e riscos de recorrência

    • Apoio à família na compreensão da condição




Quando suspeitar de uma síndrome genética?


Deve-se considerar avaliação genética em casos como:

  • Malformações múltiplas

  • Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor

  • Deficiência intelectual

  • Epilepsia associada a dismorfismos

  • Histórico familiar de malformações ou síndromes

  • Recorrência de perdas gestacionais ou natimortos



O diagnóstico faz diferença


Identificar a causa genética de uma síndrome ou malformação é fundamental para:

  • Esclarecer o diagnóstico

  • Prever riscos de saúde associados

  • Direcionar o manejo clínico e terapêutico

  • Prevenir novos casos na família (aconselhamento reprodutivo)



Como se preparar para a primeira consulta genética?


Antes da consulta, é ideal reunir:

  • Relatórios de exames de imagem (USG, RNM, ECO)

  • Resultados de exames genéticos já realizados

  • Fotos de infância, quando houver alterações faciais progressivas

  • Histórico familiar detalhado (incluindo perdas gestacionais)


As síndromes genéticas são causas importantes de malformações congênitas e outras condições do desenvolvimento. Com o apoio da genética médica, é possível oferecer diagnósticos mais precisos, condutas personalizadas e suporte adequado para cada família.


Se você tem um filho com malformações, atraso no desenvolvimento ou histórico familiar sugestivo, agende uma avaliação com um médico geneticista. A investigação pode mudar o rumo do cuidado.


Dr. Guilherme Lugo

Médico Geneticista

CRM 256188 | RQE 125553

Contato: (21) 98442-0634

Local: SP / MS / Telemedicina




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